POUPAR OU BUSCAR CRÉDITO?

Mas o consumidor pode perguntar o que tem em comum nestes dois tipos de produtos e qual a relação com as linhas de crédito?

Há uma igualdade enorme, pois as lojas e instituições financeiras conhecem o poder de consumo médio das pessoas e monitoram o desejo de consumir, passando então a oferecer formas de pagamentos para os objetos de desejo, do tamanho que se encaixem no bolso do consumidor.

Vamos buscar na memória as últimas aquisições que realizamos, compra do carro, geladeira, celular, roupa, um presente ou a casa própria, certamente a grande maioria das pessoas fez esta compra adequando o valor da prestação a sua renda mensal.

Os consumidores mais atentos podem estar pensando que isto é óbvio, adequar a prestação da casa e do carro ao montante que a pessoa ganha, pois os valores são altos e guardar todo o dinheiro é muito mais difícil ou quase impossível.

Diria que parte é verdade, mas quando falamos de compras de aparelhos de celular, roupas, ferro de passar e tantos outros produtos que os consumidores têm as mesmas práticas.

Quem não se lembra da propaganda “quer pagar quanto”, talvez isto explique o grande sucesso dos canais de vendas pela televisão.

O perigo deste crédito facilitado é que nos dá a sensação no curto prazo de satisfação da conquista, já no médio e longo prazo temos todas as outras contas para pagar e o bem que compramos em muitos casos está em condições de ser trocado.

O consumidor em geral sempre terá que colocar o valor da prestação em seu orçamento, mas também deve fazer conta da diferença de valores entre as parcelas e os diferentes prazos, daí poderão chegar à conclusão que a diferença do valor das parcelas não é tão grande em prazos maiores, portanto sendo melhor ter prazos menores.

Uma alternativa muito mais econômica é poupar e certamente é a chave-mestra do sucesso financeiro. Sabemos como é importante termos algum recurso para os tempos difíceis e melhor ainda para poupar e investir. Gastar menos do que se ganha nos traz oportunidades e segurança para realizarmos nossos projetos pessoais.

Gastarmos antes, através do crédito amplamente oferecido nas lojas ao invés de pouparmos para depois gastar é um grande desafio, pois não estamos habituados ou até mesmo não sabemos.

Para mudar esse hábito é preciso começar a entender a diferença entre poupar, economizar e investir.

Economizar é gastarmos menos do que ganhamos e fazemos isso, normalmente, para manter nossas contas em ordem ou para os tempos difíceis.

Poupar é para realizarmos projetos, uma viagem, a casa própria, o carro entre tantos outros.

Investimento é para ganharmos dinheiro e aumentarmos nossas riquezas e que no futuro servirão para realizar outros sonhos ou um futuro mais tranquilo.

Se você não se sente seguro para tomar estas decisões, pergunte a quem você conhece que tem estas habilidades, pois onde não há conselhos fracassam os projetos.

Escute e tire suas conclusões, pois também é ser sábio não dar ouvido a todas as palavras, desconfie de grandes resultados de investimentos feitos, ganho do passado não representa necessariamente ganhos no futuro.

Vale à pena fazer conta e se preparar para as aquisições futuras.

Marco César de Oliveira: Sócio da Valorvest é responsável por projetos de Gestão Financeira Pessoal, economista/PUC – SP e Contador. É MBA em Gestão Empresarial pela FIA-SP – marco@valorvest.com.br